sábado, abril 23, 2005

Bocage o "imortal "


Recordando sempre "Bocage o grande poeta"

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n' altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em quem luz algum talento:

Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

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