quinta-feira, junho 30, 2011

Menina triste de Vitor Cintra!

Menina triste, que pensas
Nos dias de solidão,
Chamando tantas presenças
À tua imaginação?
Menina triste, que esperas
Nas noites de solidão?
Teus sonhos vivem quimeras
Do tempo em que ainda eras
Menina do coração.
Menina triste, quem chora
Por causa da solidão,
De certo que não ignora
Que o mundo, que vê lá fora,
Fervilha num turbilhão.
           Vitor Cintra
    (do livro "Momentos")

Pensamento e reflexão!


Se, depois de eu sair [da prisão], um amigo meu desse uma festa e não me convidasse, eu não me importaria nada. Sou perfeitamente capaz de ser feliz sozinho. Tendo liberdade, livros, flores, e a lua, quem poderia não ser feliz? Além disso, já não estou muito para festas. Já avancei demasiado para me preocupar com elas. Esse lado da vida acabou para mim, e atrevo-me a dizer que ainda bem. Mas depois de eu sair, um amigo meu tivesse uma dor, e se recusasse a permitir-me partilhá-la com ele, senti-lo-ia com muita amargura. Se ele me fechasse na cara as portas da casa do luto, eu voltaria uma vez e outra e pediria para ser admitido, para poder partilhar aquilo que tinha o direito de partilhar. Se ele me achasse indigno, incapaz de chorar com ele, senti-lo-ia como a mais pungente humilhação, como o mais terrível modo de a desgraça me ser infligida. Mas isso nunca aconteceria. Eu tenho o direito de partilhar a Dor, e aquele que é capaz de olhar para os encantos do mundo, e partilhar a sua dor, e compreender um pouco a maravilha de ambos, está em contacto directo com as coisas divinas, e chegou tão perto do segredo de Deus quanto alguém pode estar.
(Oscar Wilde, in De Profundis)

É Primavera! de Florbela Espanca

      "É Primavera agora, meu Amor!"
É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há  árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!
Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao saber
Da vida... não há bem que não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!
Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...
Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal !
Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!... 

     Florbela Espanca                      

quarta-feira, junho 29, 2011

Mensagens para reflexão!

Pensamento do dia!


Acredito que os filósofos voam como as águias e não como pássaros pretos. É bem verdade que as águias, por serem raras, oferecem pouca chance de serem vistas e muito menos de serem ouvidas, e os pássaros pretos, que voam em bando, param em todos os cantos enchendo o céu de gritos e rumores, tirando o sossego do mundo.
Galileu Galilei

terça-feira, junho 28, 2011

中央电视台2011年春节联欢晚会【9】杂技《晃管》

Simon & Garfunkel Sound Of Silence Legendado

Pensamento do dia!


P ara viver bem, é necessário ter a fé de que as situações difíceis não duram eternamente e que o amanhã é um novo dia, com novas possibilidades.

Reflexão!

Os passarinhos de Afonso Lopes Vieira

Os Ninhos

Os passarinhos
Tão engraçados,

Fazem os ninhos
Com mil cuidados.

São p’ra os filhinhos

Que estão p’ra ter
Que os passarinhos
Os vão fazer.

Nos bicos trazem
Coisas pequenas,
E os ninhos fazem
De musgo e penas.

Depois, lá têm

Os seus meninos,
Tão pequeninos
Ao pé da mãe.

Nunca se faça

Mal a um ninho,
À linda graça
De um passarinho!

Que nos lembremos
Sempre também
Do pai que temos,
Da nossa mãe!

(Afonso Lopes Vieira)


segunda-feira, junho 27, 2011

Pensamento do Dia

P AZ - A verdadeira paz só pode ser experimentada, quando paramos de dar e receber tristeza. Para não darmos tristeza precisamos de um coração limpo, sem maus sentimentos; e para não recebermos tristeza precisamos de um coração grande, com capacidade de tolerar e de ajudar os outros a superarem as suas fraquezas.


domingo, junho 26, 2011

Sonhar é Preciso!

Homenagem a Antonio Ramos Rosa

De coincidência em incoincidência (António Ramos Rosa)


É um quadrado quase perfeito
Em que a luz incide duramente
- uma sombra aguçada e lisa acompanha
o gesto de escrever. Ausência.

Mais exacta, mais viva
a sombra da mão e do lápis
forma um conjunto menos suspeito,
de uma harmonia subjacente.

A coincidência da ponta do lápis
com a ponta da sombra do lápis
convida a uma coincidência de todos os pontos
da incoincidência vasta em que escrevo.

Ilusão de uma perfeita justiça,
ilusão dum amor recto como o mármore,
tentação dum espelho claro, inflexível.

Não como um espelho,
mas com a lisura e a tranquilidade do espelho.
Alto ou largo ou baixo, imóvel,
não para passear ao longo duma estrada,
mas fragmento de uma turbilhão contido.




Reflita......!

Pensamento do dia!

"Todas as manhãs, bocê opta pela atitide que terá durante o dia!"

sábado, junho 25, 2011

Homenagem a Eugenio de Andrade

Canção (Eugénio de Andrade)
 
Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da nadrugada.

Tu eras água.
Água do mar se te beijava
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.
 
Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.

Mas do nome
que maio decorou,
nem a cor
nem o gosto me ficou.

Jesus Sorrindo!

Quando amigos foram a um seminario na Flórida no último mes de março, eles conheceram um artista que pintava quadros enormes (do tamanho de uma porta) em 30-45 minutos.
O artista prefere permanecer anônimo e diz que quer que as obras falem por si mesmas. Observe com cuidado e veja que as obras foram assinadas 'Jesus Painter' (Jesus Pintor)...
Cristo rindo! Um conceito que eu nunca vi antes.
Obras feitas a lapis...

Que bom ver Jesus de um modo diferente, que não aquela imagem sofrivel que sempre vemos, principalmente nos templos religiosos ..
Recebido por Email


sexta-feira, junho 24, 2011

Eu te vejo


"Eu te vejo no sol de cada dia
que entre as brancas nuvens
vem sempre me trazer calor.
Eu te vejo na prata da lua,
que rodeada de estrelas brilha,
e me ensaia um sorriso.
Eu te vejo no manto azul do mar,
que em suas profundezas e mistérios,
parece sempre querer me abraçar.
Eu te vejo no pássaro que canta,
e com sua doce melodia,
rouba meu coração."


Lou Witt

Poemas São Como Vitrais Pintados


Poemas são como vitrais pintados!
Se olharmos da praça para a igreja,
Tudo é escuro e sombrio;
E é assim que o Senhor Burguês os vê.
Ficará agastado? — Que lhe preste!...
E agastado fique toda a vida!

Mas — vamos! — vinde vós cá para dentro,
Saudai a sagrada capela!
De repente tudo é claro de cores:
Súbito brilham histórias e ornatos;
Sente-se um presságio neste esplendor nobre;
Isto, sim, que é pra vós, filhos de Deus!
Edificai-vos, regalai os olhos!

Goethe

Obra retirada do Blogue http://andradarte.blogspot.com/

Viva S. João!


Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
São João disse que não!
São João disse que não!
Isto é lá com Santo Antônio!

Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!

Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava à Santo Antônio
São João ficou zangado
São João só dá cartão
Com direito a batizado

Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!

São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Disse o velho, num sorriso:
- Minha gente, eu sou chaveiro!
Nunca fui casamenteiro!

São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio.


Lamartine Babo

quinta-feira, junho 23, 2011

Faça Silêncio!

Faça silêncio...
Por um instante, deixe-se levar pela serenidade,
deixe os pensamentos mais revoltados se acalmarem.
Faça um minuto de limpeza mental, e deixe o silêncio te envolver.
O silêncio interior fala mais que mil vozes distintas.

Do jeito que caminhamos apressadamente,
da maneira com que tomamos decisões impensadas,
no estilo de vida que mais lembra uma corrida de carros,
nós vamos entrando cada vez mais em uma "mata fechada",
mata de problemas sem fim, uma "fábrica de doidos",
que pede remédios, calmantes, drogas, vícios...

Shhh!
Faça silêncio para organizar os seus desejos,
para manter acesa aquela chama inocente,
da criança que ainda mora em você,
mas que anda perdida, sem rumo, incrédula.
Por amor a sua vida, procure-se depressa,
mas com calma e serenidade,
para redescobrir valores encobertos pelo tempo,
apagados por decepções causadas por terceiros.
A sua vida é única, é dom Supremo!
Tenha tempo para você.
Shhh!
Faça silêncio pelo seu espírito que grita,
que pede minutos de atenção, antes de ferir-se,
antes de entrar de cabeça nessa aventura.
Antes da briga desnecessária,
antes da mágoa doentia,
antes da maledicência que persegue a todos.
Antes que o sol se deite,
que a noite se levante,
antes que mais um dia termine sem você ter pedido perdão,
sem ter dado um abraço nas pessoas mais queridas,
sem ter tido tempo para os seus desejos,
antes que a morte venha bater na nossa porta,
é fundamental fazermos silêncio para refletirmos;
- na qualidade da nossa vida,
- na qualidade dos nossos atos e pensamentos,
e se preciso for, largarmos tudo para recomeçar,
deixarmos nosso egoísmo e orgulho na esquina da ilusão,
e seguirmos em paz, rumo ao nosso infinito,
com doçura e satisfação.
Pois a vida é doce, para os que sabem extrair o seu favo diário,
para quem trabalha, confia, e não desiste de ser feliz.
Shhh!
Silêncio, por amor a você!

Paulo Roberto Gaefke


Homenagem a Miguel Torga


Confiança
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova…
Miguel Torga

Homenagem a Eugenio de Andrade


É urgente o Amor!
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

Boas tardes! Aproveite a Vida!

Pensamento

Homenagem José Saramago!


Põe na mesa a toalha adamascada,
Traz as rosas mais frescas do jardim,
Deita o vinho no copo, corta o pão,
Com a faca de prata e de marfim.

Alguém se veio sentar à tua mesa,
Alguém a quem não vês, mas que pressentes.
Cruza as mãos no regaço, não perguntes:
Nas perguntas que fazes é que mentes.

Prova depois o vinho, come o pão,
Rasga a palma da mão no caule agudo,
Leva as rosas à fronte, cobre os olhos,
Cumpriste o ritual e sabes tudo.


In Os Poemas Possíveis, Editorial Caminho, 3.ª ed., p. 81


José Saramago