Bocage
1765 - 1805
(...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
Poeta português entre os maiores. Brigão, é ainda hoje mal conhecido. Em 1779, Bocage é cadete no 7º de Infantaria de Setúbal. Acaba por partir para Goa. Admirava Camões e sentia-se irmanado com ele nas desventuras amorosas e nas viagens pelo Oriente, tendo estado em Damão e Macau. Pré-romântico, foi amigo da Duquesa de Alorna e de Filinto Elísio, todos da Nova Arcádia. Em 1790, estava de regresso a Lisboa, que era onde se sentia bem. Ao aproximar-se a hora da morte, escreveu: (...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
1765 - 1805
(...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
Poeta português entre os maiores. Brigão, é ainda hoje mal conhecido. Em 1779, Bocage é cadete no 7º de Infantaria de Setúbal. Acaba por partir para Goa. Admirava Camões e sentia-se irmanado com ele nas desventuras amorosas e nas viagens pelo Oriente, tendo estado em Damão e Macau. Pré-romântico, foi amigo da Duquesa de Alorna e de Filinto Elísio, todos da Nova Arcádia. Em 1790, estava de regresso a Lisboa, que era onde se sentia bem. Ao aproximar-se a hora da morte, escreveu: (...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura:
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
In MundoCultural
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