A Dívida
Viva no instantâneo lábio do punhal
Na hora diariamente imóvel
As dívidas crescem já são ásperas
Magoam a pele já são pus
O dia começa pela sombra
Como um povo começa pelo pó
Luz e morte coincidem hora a hora
A dívida alastra abre as asas
Leva-me sonhos débeis tudo a tenta
Atrás do meu gesto
A mão sozinha os dedos conspirando
Assimétricos
Salientes do corpo até à morte
Já hoje os doava se pudesse
Com que arma porém os separar de mim?
A dívida mais cresce
Enquanto eu penso
Luiza Neto Jorge
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