domingo, fevereiro 13, 2005
Os meus Cavalos
Ponto de cruz sobre linho executado por Quicas
Vai mísero cavalo lamarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães famintos ajuntamento.
Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal de minha dor veemente;De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.
Morre em paz: que em havendo algum dinheiro
Hei-de mandar, em honra do teu nome.
Abrir em negra pedra este letreiro.
"Aqui, piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido senderro.
Que fora eterno a não morrer de fome.
"Nicolau Tolentino
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