quinta-feira, novembro 10, 2005
Antero de Quental
Idílio
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
colher nos vales lírios e boninas,
e galgamos dum fôlego as colinas
dos rocios da noite inda orvalhadas
Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
contemplamos as nuvens vespertinas,
que parecem fantásticas ruínas
ao longo, no horizonte, amontoadas
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua,
sinto tremer-te a mão e empalideces
O vento e o mar murmuram orações,
e a poesia das coisas se insinua
lenta e amorosa em nossos corações.
Antero de Quental
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