sexta-feira, março 31, 2006

Folar da Páscoa



O folar mais corrente em Portugal é um "bolo de massa seca, doce, e ligada, feito com farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha ou pingue, açúcar e fermento, e condimentado com canela e erva-doce - uma espécie de fogaça - encimado, conforme o seu tamanho, por um ou vários ovos cozidos inteiros e em certos lugares tingidos, meio incrustados e visíveis sob as tiras de massa que os recobrem
Folar
Colaboração de José BotãoTécnico de Pastelaria - ICOPA

Ingredientes:

100 gr Farinha s/fermento
30 gr Fermento padeiro
60 gr +- Agua


500 gr Farinha
100 gr Açúcar
75 gr Margarina
4 Ovos
1,5 dl +- Leite
10 gr Sal
1 colher de café de Canela em pó
1 colher de chá de Erva doce moída


9 +- Ovos cozidos

Confecção:
1º - Amasse os ingredientes referidos em 1º, faça uma bola e deixe a levedar +- 30 minutos.

2º - Amasse muito bem o açúcar com a margarina, junte os ovos um a um, amassando sempre, junte o sal, as especiarias e o leite , envolva a farinha e amasse até estar tudo bem misturado; junte a parte 1º que foi amassado anteriormente e amasse até a massa ter uma boa elasticidade (+- 20 minutos) tape com um plástico e deixe levedar +- 1 hora.Tendedura:Divida a massa em quatro partes enrole em bola três das partes deixe descansar 10 minutos, coloque-as num tabuleiro levemente untado.Em cima de cada bola coloque 2-3 ovos cozidos, com a parte da massa que sobrou faça várias tiras pequenas e coloque-as sobre os ovos de lado a lado, pinte com ovo batido e coza em forno médio +-180º cerca de 35 minutos.

DEITANDO UM CAVALO À MARGEM



Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto tu consente
De magros cães faminto ajuntamento:

Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal de minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento

Morre em paz; que, em havendo algum dinheiro,
Hei-de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra terra este letreiro:

—"Aqui, piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno a não morrer de fome"

Nicolau Tolentino

quinta-feira, março 30, 2006

Francisco José de Goya - Pintor espanhol



Died on 16 April 1828: Francisco José de Goya y Lucientes, Spanish painter born on 30 March 1746

Mais obras em

Vincent van Gogh



Born on 30 March 1853: Vincent van Gogh, Dutch Post-Impressionist painter who died on 29 July 1890.

Suas Obras


quarta-feira, março 29, 2006

Dia mundial da Juventude



Sentir-se Jovem

Sentir-se jovem é sentir o gosto
De envelhecer ao lado da mulher
Curtir ruga por ruga de seu rosto
Que a idade sem vaidade lhe trouxer

O corpo transformar-se em escultura
O Tempo apaixonado é um escultor
E a fêmea oculta na mulher madura
Explode em sensuais formas de amor

Ser jovem cinqüentão não é preciso
Provar que emagrecer rejuvenesce
Pois a melhor ginástica é o sorriso
E quem sorri de amor nunca envelhece

Amar ou desamar sem sentir culpa
Desafiando as leis do coração
Não faça da velhice uma desculpa
E nem da juventude profissão

Idade não é culpa, velhice não é desculpa
Nem mesmo a juventude é profissão

Fica mais velho quem tem medo de ser velho
Roubando sonhos de alguma adolescente
Dizer que ele "dá duas", que é potente
Mentir para si próprio e para o espelho

A idade é uma verdade, não ilude
Quem dividiu a vida com prazer
Velho é se drogar de juventude
Ser jovem é saber envelhecer

Velho é quem se ilude
Que a idade é juventude
Ser jovem é saber envelhecer

Juca Chaves

terça-feira, março 28, 2006

Alexandre Herculano- Historiador português



Alexandre Herculano de Carvalho nasceu em Lisboa, em 28 de março de 1810 e morreu em
13/09/1877
"Meu Deus, meu Deus! - Bendito seja o teu nome, porque nos deste o chorar."
"O sono ou a vigília? que me importa esta ou aquele? As horas da minha vida são quase todas dolorosas; porque a imaginação do homem não pode dormir."
"Quando o céu é um deserto para a esperança, onde a acharei na terra? Que pode hoje embriagar-me, senão uma festa de sangue?"
"Realidade ou desejo incerto, o amor é o elemento primitivo da atividade interior; é a causa, o fim e o resumo de todos os afetos humanos."
"Por que te havia eu de amar, ó Sol, se tu és o inimigo dos sonhos do imaginar; se tu nos chama à realidade, e a realidade é tão triste?"
"Eternidade, eternidade, a alma do homem está encerrada e cativa no ilimitado do teu império!"
"Orgulho humano, qual és tu mais - feroz, estúpido ou ridículo?"
Ai, que és tu, existência?! Um pesadelo,
Um sonho mau, de que se acorda em trevas,
Na vala dos cadáveres, em meio
Da única herança que pertence ao homem,
Um sudário e o perpétuo esquecimento. (...)
E da pátria a saudade, em sonho triste,
Imóvel, do viver me tece a noite.
Tristezas do Desterro, excerto

segunda-feira, março 27, 2006

Syndrome de Rubinstein-Taybi



Definição:
O syndrome de Rubinstein-Taybi é uma doença genetic caracterizada pela deficiência mental, pelos polegares e pelos dedos do pé largos, pelo stature curto, e por características facial características.

Nomes Alternativos:
Syndrome de Rubinstein

Causas, incidência, e fatores de risco:
O syndrome de Rubinstein-Taybi (RTS) é uma condição rara, afetando aproximadamente 1 em 125.000 povos. O gene envolvido em RTS, que é chamado a proteína obrigatória de CREB (CREBBP), foi identificado em 1995.
A maioria de pacientes têm mutations no gene, tendo por resultado uma proteína obrigatória anormal de CREB. Aproximadamente 10% dos pacientes, typcially com problemas mais severos, têm um apagamento outright do gene e não fazem alguns da proteína.
A maioria de casos são esporádicos e provavelmente devido a um mutation novo que ocorre durante o desenvolvimento fetal, que não foi passado sobre por um ou outro pai. Entretanto, em alguns casos, está herdado em uma forma dominante autosomal, que signifique que se um pai passar sobre o gene defeituoso, a criança será afetado.
A característica clássica é polegares largos e dedos do pé grandes, mas tipicamente há também um stature curto , cara incomun, baixo-ajusta as orelhas , porto-vinho-mancha, undescended testículos no macho, e a inclinação descendente dos olhos.
Veja mais

domingo, março 26, 2006

Um poema para Domingo!



Por quem foi que me trocaram
Quando estava a olhar para ti?
Pousa a tua mão na minha
E sem me olhares, sorri

Sorri do teu pensamento
Porque eu só quero estar
Que é de mim que ele está feito
E que o tens para mo dar

Depois aperta-me a mão
E vira os olhos a mim...
Por quem foi que me trocaram
Quando estás a olhar-me assim?

Fernando Pessoa ( Poesias coligidas/ inéditas)

sábado, março 25, 2006

Minha viagem por Veneza



Lisboa às moscas e Veneza aos gatos...
( os pombos da bondade só conspurcam
a praça de S.Marcos)
...ao gato perna alta que não vem quando o chamas,
ao contrário da patrícia mosca,
que não era para aqui chamada,
mas logo te soprou os últimos zunzuns
mal chegaste a Lisboa.

O gato de Veneza não te dá pretextos
para miares o que te vai na alma,
nem os sacros temores da miaulesca
esfinge rilkeana.
Não é um gato é um perfil de gato
tapando a saída da calleta.

O gato veneziano é gato sem regaços
e sem selvajaria.
De Veneza o gato é sempre muitos gatos
que vão à sua vida.....
.como tu, afinal, não vais à tua.
( De Veneza a Lisboa, num zunido,
já trazias a mosca no ouvido...)

Alexandre O'Neill

sexta-feira, março 17, 2006

O vento na ilha!



O Vento Na Ilha

O vento é um cavalo:

Ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer levar-me: escuta
como percorre o mundo
para levar-me para longe.
Esconde-me em teu braços
por esta noite apenas,
enquanto a chuva abre
contra o mar e contra a terra
a sua boca inumerável.
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me para longe.
Com tua fronte na minha
e na minha a tua boca,
atados os nossos corpos
ao amor que nos abrasa,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e procure
galopando na sombra,
enquanto eu, submerso
sob os teus grandes olhos,
por esta noite apenas
descansarei, meu amor.

Pablo Neruda

quinta-feira, março 16, 2006

CASTELO BRANCO, Camilo, 1825-1890



Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa, a 16 de Março de 1825, na Rua da Rosa, filho ilegítimo de Manuel Joaquim Botelho e de Jacinta Rosa do Espírito Santo, uma sua criada. Antes dele, tinha já nascido uma outra filha do casal, Carolina. No ano seguinte, a família mudou-se para a Rua da Oliveira.

Dá-me um anel;
mas que seja
Como o anel em que cingida
Tem gemido toda a minha vida.
Dá-me um anel; mas de ferro,
Negro, bem negro, da cor
Desta minha acerba dor,
Deste meu negro desterro!
Dá-me um anel; mas de ferro...

Sempre comigo hei-de tê-lo;
Há-de ser o negro elo,
Que me prenda à sepultura.
Quero-o negro...seja o estigma,
que decifre o escuro enigma,
Duma grande desventura.

Dá-me um anel; mas de ferro,

Que resista mais que os ossos
Dum cadáver aos destroços
Do roaz verme do pó.
Entre as cinzas alvacentas,
como espólio das tormentas
Apareça o ferro só.
E o teu nome impresso nele,

Falará dum grande amor,
Nutrido em ânsias de dor,
Pelo fel da sociedade...
Que teu nome nele escrito,
Nesse padrão infinito,
Vá comigo à Eternidade.

quarta-feira, março 15, 2006

Poetas da "Academia de Cultura e Cooperação"



Porquê?

Sinto tanta tristeza!
Mas de quê?
Sinto tanta saudade!
Mas de quem?
Sinto tanta frieza!
Mas porquê?
Sinto tanta crueldade!
Mas de quem?
Sinto que tenho medo!
Mas de quê?
Sinto vontade de estar só!
Mas porquê?
Sinto que não vem cedo!
Mas quem?
Sinto desejo de partir só!
Mas para onde?
Sinto ânsia de felicidade!
Mas para quê?
Sinto que me estás a ouvir!
Responde.

Rosalina Delgado

Um soneto



Um soneto nunca sai de afogadilho
Da mente esperta ou do bico da caneta…
Quer o inspire o carinhoso olhar de um filho
Quer o fremir d’asas duma borboleta.

Um soneto perfeito, com alma e brilho
Como a luz que o sol reflecte num planeta,
É como uma imposição, como um rastilho
Que incendeia e queima o coração do poeta.

É um poema diferente, nunca feito ao calha!
Arrumar em espaço exíguo, diminuto,
Um punhado de conceitos, emoções,

É por vezes como andar aos tropeções
Contra os muros esquinados dum reduto…
E no fim ser vencedor duma batalha.

Maria Ramalhal Jorge (Porto)
In “Porvir”

terça-feira, março 14, 2006

Albert Einstein (cientista alemão 14-3-1879)



PALAVRAS DE ALBERT EINSTEIN

As mais belas e mais profundas emoções
Que nesta vida podemos experimentar
São com toda a certeza as místicas sensações
Que da verdadeira ciência são sementes a germinar

Aqueles que estas emoções não conhecem
E não se estarrecem maravilhados
E num plano elevado não permanecem
Já estão mais do que mortos e apagados

Saber que o impenetrável realmente existe
Manifestando-se na mais alta Sapiência
É duma beleza que eternamente persiste
Em que a nossa pobre e apagada consciência,

Tão humana e mesquinha é, que com a razão
Dum poderoso e inaudito esforço do pensamento,
Só vislumbra uma possibilidade de compreensão
Com pobre imagem idealizada num momento.

Mesmo assim, é nesse pobre conhecimento
E nesse primitivo sentir da Imensidade
Que está a razão da vida em movimento
E é o fulcro da verdadeira religiosidade.

Afonso Almondino da Silva " in Diaspora " Toronto 4 Abril 1986

segunda-feira, março 13, 2006

Fado do Azulejo



Azulejos da cidade,
numa parede ou num banco,
são ladrilhas da saudade
vestida de azul e branco.

Bocados da minha vida,
todos vidrados de mágoa,
azulejos, despedida
dos meus olhos, rasos de água.

À flor dum azulejo, uma menina;
do outro, um cão que ladra e um pastor.
Ai, moldura pequenina,
que és a banda desenhada
nas paredes do amor.

Azulejos desbotados
por quanto viram chorar.
Azulejos tão cansados
por quantos viram passar.

Podem dizer-vos que não,
podem querer-vos maltratar:
de dentro do coração
ninguém vos pode arrancar.

À flor dum azulejo, um passarinho,
um cravo e um cavalo de brincar;
um coração com um espinho,
uma flor de azevinho
e uma cor azul luar.

À flor do azulejo, a cor do Tejo
e um barco antigo, ainda por largar.
Distância que já não vejo,
e enche Lisboa de infância,
e enche Lisboa de mar.
Ary dos Santos

domingo, março 12, 2006

É só hoje!



Não tem importância, é só hoje;
Amanhã o Sol vai brilhar e aquecer,
Enquanto esta agonia de mim foge,
Prometo que não voltarei a entristecer.

Sim, é só hoje que cai neve.
Amanhã o Sol brilhará com fulgor
Iluminando nossas almas ao de leve
Como se fosse a abertura duma flor.

É só hoje, e vai passar depressa
Este frio danado que nos fere a alma.
Esperemos que o vento não se esqueça
De mudar para o quadrante da calma.

Hoje cai chuva, e bem grossa.
Amanhã soprará uma briza morna
Para compensar esta amargura bem nossa
Que este inverno bem malditos nos torna.

Sim! amanhã, amanhã será o dia
Em que o Sol vai brilhar e aquecer,
Suave, o perfume das flores irradia
Nestas encostas e vales, quando o Sol nascer.

Amanhã é o dia reservado ao Amor,
E a fragrância das flores confunde-se na maresia.
Amemo-nos pois, e com todo o ardor.
Que felizes seremos, sim amanhã é o Dia....

EM QUE HAVERÁ MAIS CALOR...

Afonso Almondino da Silva - em Toronto no dia 3 de Março de 1988

sábado, março 11, 2006

António Feliciano de Castilho



António Feliciano de Castilho (Lisboa, 28 de Janeiro de 1800 — Lisboa, 18 de Junho de 1875), 1.º visconde de Castilho, escritor romântico, polemista e pedagogo, inventor do Método Castilho de leitura. Em consequência de sarampo perdeu a visão quase completamente aos 6 anos de idade. Licenciou-se em direito na Universidade de Coimbra. Viveu alguns anos em Ponta Delgada, Açores, onde exerceu uma grande influência entre a intelectualidade local. Contra ele se rebelou Antero de Quental (entre outros jovens estudantes coimbrões) na célebre polémica do Bom-Senso e Bom-Gosto, vulgarmente chamada de Questão Coimbrã, que opôs os jovens representantes do realismo e do naturalismo aos vetustos defensores do ultra-romantismo

sexta-feira, março 10, 2006

Deixem passar quem vai na sua estrada



Deixem passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada.

Deixem, que vai apenas
Beber água de Sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.

Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora

Que vai cheio de noite e solidão.
Que vai ser
Uma estrela no chão.

Miguel Torga (1932)

quinta-feira, março 09, 2006

Amigo!


Mal nos conhecemos
inauguramos a palavra amigo!

"Amigo" é um sorriso
de boca em boca!
Um olhar bem limpo,
uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
na nossa mão!

"Amigo" é o contrário de inimigo!

"Amigo" é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

"Amigo" é a solidão derrotada!
"Amigo" é uma grande tarefa,
um trabalho sem fim,
um espaço sem fim,
um espaço útil, um tempo fértil.

"Amigo" vai ser, é já, uma grande festa!

(Alexandre O'Neill)

quarta-feira, março 08, 2006

São João de Deus



Nasceu em 8 de março de 1495 em Monteoro Novo, Evora, Portugal. Ele foi criado trabalhando como um pastor de ovelhas e teve uma juventude bem selvagem na Europa como soldado e mercenário. Teve também alguns períodos de insanidade .Quando tinha 40 anos ele teria tido uma visão e sentiu grande remorso pelo que tinha sido como soldado. Deixou o exército e alugou uma casa em Granada, na Espanha e começou a cuidar dos doentes, pobres, dos sem casa e dos abandonados
Faleceu em 8 de março de 1550 em Granada, Espanha enquanto estava orando ante um crucifixo na capela de seu hospital, de uma doença contraída enquanto salvada uma criança de morrer afogada na enchente do rio Ximel.
Foi canonizado em 1690.
Fonte

Dia internacional da Mulher



A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!

Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia
Teus pêlos são relva boa
Fresca e macia
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
(Vinícius de Moraes)

terça-feira, março 07, 2006

Joseph-Maurice Ravel


Nasceu em 7 de março de 1875, em Ciboure, e morreu em 1937, em Paris, no dia 28 de dezembro. Representou o caminho natural do nacionalismo neolatino para o neoclassicismo, através do impressionismo. Embora o impressionismo de Debussy tenha sido seu ponto de partida, houve separação de caminhos. Enquanto Debussy, vago e poético, é influenciado por Mussorgsky e Chopin, Ravel, espirituoso e exato, sofre influência de Rimsky-Korsakov e Liszt. No piano e na regência foi mestre. Apesar de contemporâneo da belle époque, Ravel não a viveu, foi um solitário de instintos aristocráticos. Os ritmos de danças sempre foram, desde os tempos de Lully, Couperin e Rameau, o recurso específico da música francesa para pôr em ordem o caos sonoro. Ravel também usou-o. Um traço característico da música de Ravel, comparada com a de Debussy, é o dinamismo. A música de Debussy é essencialmente estática: seus pontos firmes são os acordes isolados. A de Ravel está em movimento perpétuo. Ravel foi o último grande mestre clássico da música européia.

domingo, março 05, 2006

Giovanni-Battista Tiepolo



Christ Carrying the Cross (1738

Died on 27 March 1770: Giovanni-Battista Tiepolo, Italian painter born on 05 March 1696. — He was the father of Giovanni Domenico Tiepolo [30 August 172703 March 1804] and of Lorenzo Baldissera Tiepolo [08 August 1736 – 1776]. His students included Charles Flipart and Francesco Zugno.
Mais obras em

Ao Domingo com "Eugénio de Andrade"


Noite

Ó noite, porque hás-de vir sempre molhada!
Porque não vens de olhos enxutos
e não despes as mãos
de mágoas e de lutos!

Porque hás-de vir semimorta,
com um ar macerado e de bruxedo,
e não despes os ritos, o cansaço,
e as lágrimas e os mitos e o medo!

Porque não vens natural
como um corpo sadio que se entrega,
e não destranças os cabelos,
e não nimbas de luz a tua treva!

Porque hás-de vir com a cor da morte
- se morte já temos nós!
Porque adormeces os gestos,
porque entristeces os versos,
e nos quebras os membros e a voz!

Porque é que vens adorada
por uma longa procissão de velas
se eu estou à tua espera em cada estrada,
nu, inteiramente nu,
sem mistérios, sem luas e sem estrelas!

Ó noite eterna e velada
senhora da tristeza, sê alegria!
Vem de outra maneira ou vai-te embora,
e deixa romper o dia!

Eugénio de Andrade (As mãos e os frutos)

sábado, março 04, 2006

Almeida, José Valentim Fialho de (1857 - 1911)



Escritor português, natural de Vila de Frades, no Alentejo. Filho de um professor primário, a quem ficou a dever os primeiros rudimentos da sua educação, viu-se obrigado, devido a dificuldades económicas da família, a empregar-se, ainda adolescente, como ajudante de farmácia. Com muito esforço, conseguiu completar o curso de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, em 1875, não tendo praticamente exercido medicina, entregando-se antes a uma existência boémia na capital. Casado com uma lavradora rica alentejana, passou a última fase da sua vida no Alentejo, dedicando-se à agricultura.

sexta-feira, março 03, 2006

Bulhão Pato (Raimundo António de).



Poeta contemporâneo, 2.º oficial da 1.ª repartição da direcção geral do comércio e industria, sócio da Academia Real das Ciências.
N. a 3 de Março de 1829 em Bilbau, nas províncias vascongadas, e foi criado em Deusto, pequena e risonha povoação assentada sobre o rio, a uma légua da cidade. Era filho de Francisco de Bulhão Pato, poeta e fidalgo português, e de D. Maria da Piedade Brandy.
mais
Amêijoas à Bulhão Pato
Ingredientes
:Para 4 pessoas
1 kg de amêijoas ;
2 colheres de sopa de azeite ;
2 dentes de alho ;
1 limão ;
1 raminho de coentros ;
sal ;
pimenta
Confecção:
Arranjam-se as amêijoas como habitualmente, pondo-as de molho em água com bastante sal e lavam-se em várias águas para largarem a areia.Leva-se ao lume o azeite, deixa-se aquecer e juntam-se os dentes de alho picados. Deixa-se alourar um pouco. Introduzem-se as amêijoas e os coentros finamente picados e tempera-se com sal e pimenta. Mexe-se o recipiente de vez em quando. Quando todas as amêijoas estiverem abertas, regam-se com o sumo de meio limão.Serve-se com o restante limão cortado em quartos.
As cadelinhas, muito apreciadas na outra banda (Barreiro, Montijo, Almada, Caparica, etc.), cozinham-se segundo esta mesma receita.
fonte:
Editorial Verbo

quinta-feira, março 02, 2006

Raul Brandão (1867-1930)


Raul Brandão (1867-1930) nasceu na Foz do Douro e faleceu em Lisboa. Matriculou-se no Curso Superior de Letras, tendo criado, com António Nobre e Justino de Montalvão, o grupo iconoclasta Os Insubmissos, que coordenou a publicação de uma revista com o mesmo título. Dirige nos finais do século XIX, com Júlio Brandão e D. João de Castro, a Revista de Hoje e colabora no jornal Correio da Manhã. Com 24 anos de idade, Raul Brandão decide deixar o curso de letras e muda-se para a Escola do Exército. Após o curso de oficiais tirado em Mafra, muda-se para Guimarães onde é colocado como alferes.

"O que sei de belo, de grande ou de útil, aprendi-o nesse tempo: o que sei das árvores, da ternura, da dor e do assombro, tudo me vem desse tempo... Depois não aprendi coisa que valha. Confusão, balbúrdia e mais nada."
Raul Brandão

quarta-feira, março 01, 2006

Santa Eudócia


Alguns escrevem Santa Eudóxia

Viveu no primeiro século e morreu no ano de 100 DC e foi uma mártir no reinado do imperador Trajano ( 98 a 117 DC). Ela nasceu em Loele, Síria se converteu para o cristianismo e foi viver em Heliópolis um subúrbio do Cairo, Egito. Ela converteu sua casa em um pequeno hospital onde cuidava dos doentes pobres.
Diz a tradição que lavava os doentes sem nunca ser sido contagiada e que alguns ela curava apenas com suas orações e sua benção. Assim logo ficou famosa e nas perseguições do imperador Trajano foi denunciada, presa e torturada para renunciar a sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Com não cedesse foi martirizada e após lançada as feras famintas. Milagrosamente os dois tigre na arena deitaram aos pés da santa.
O procônsul encarregado do martírio, furioso ordenou que fosse decapitada. Segundo historiador Euzébio, vários espectadores se converteram ao cristianismo diante do espetáculo e vários anunciaram aos brados a sua conversão e foram também martirizados e decapitados.

Sua festa é celebrada no dia 1 de março.