Deixem passar quem vai na sua estrada
Deixem passar quem vai na sua estrada.Deixem passarQuem vai cheio de noite e de luar.Deixem passar e não lhe digam nada.Deixem, que vai apenasBeber água de Sonho a qualquer fonte;Ou colher açucenasA um jardim que ele lá sabe, ali defronte. Vem da terra de todos, onde moraE onde volta depois de amanhecer.Deixem-no pois passar, agoraQue vai cheio de noite e solidão.Que vai serUma estrela no chão.Miguel Torga (1932)
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