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Um soneto nunca sai de afogadilho
Da mente esperta ou do bico da caneta…
Quer o inspire o carinhoso olhar de um filho
Quer o fremir d’asas duma borboleta.
Um soneto perfeito, com alma e brilho
Como a luz que o sol reflecte num planeta,
É como uma imposição, como um rastilho
Que incendeia e queima o coração do poeta.
É um poema diferente, nunca feito ao calha!
Arrumar em espaço exíguo, diminuto,
Um punhado de conceitos, emoções,
É por vezes como andar aos tropeções
Contra os muros esquinados dum reduto…
E no fim ser vencedor duma batalha.
Maria Ramalhal Jorge (Porto)
In “Porvir”
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