segunda-feira, junho 19, 2006

Poetas da Academia de Cultura e Cooperação



Neblina sobre Lisboa

A neblina cobre parte do contorno
Doe barcos ao longe, chaminés e casas,
Parece que a cidade sofre de transtorno
Vestida de monge, sem sonhos nem asas.

O Tejo continua no seu leito
A embalar navios flutuantes,
E o marinheiro leva no seu peito
Esta Lisboa de margens deslumbrantes.

Lisboa menineira e ladina
Torna-se nestes dias nublados
Em viúva tristonha, deprimida

Envolta em mil véus acinzentados,
Mas mesmo tristonha sempre querida
Dos portugueses, por si enamorados.

Manuela Seixas

(Publicado no jornal "O mocho" de junho 2006)

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