domingo, fevereiro 27, 2005

Baco e Endovélico



Painel em azulejo pintado por Quicas

Baco e Endovélico

Um dia há muito anos fez Baco uma visita ao seu amigo Endovélico, o Deus da Lusitânia.
Atravessou as serras e subiu penosamente ladeiras até chegar a terras banhadas pelo rio Dão.
Quando chegou a uma tosca cabana de pedra e troncos, onde vivia um casal lusitano com um filhito gritou:
Pelos Deuses dai-me de beber!
0 lusitano entrou na cabana e regressou com uma escudela de barro cozida ao sol, cheia de água.
Água? Por acaso não tendes vinho?
0 lusitano arregalou os olhos, coçou a barba e voltou-se espantado:Não.
Nós não sabemos o que isso é.
Quereis vós comer?
E sem esperar resposta voltou com uma perna de cabrito montanhês.
À despedida, Baco, estava comovido pela franca hospitalidade do luso, disse-Ihe:
Ainda um dia hás-de saber o que é vinho.
Alguns anos mais tarde os legionários vieram a casa do luso, e cada um deles abriu uma vala e plantou uma videira. Quando partiram colocaram uma tabuleta nos bacelos onde se poderia ler: "Baco oferece reconhecido”.
Aquelas cepas foram crescendo em mais tarde deram saborosos bagos, cujo suco lusitano espremeu para beber no Inverno numa comunhão de força e rejuvenescimento, e assim daquelas uvas que eram uma delícia do bom Baco, havia nascido o grandioso e salutar vinho do Dão.

FONTE: Agro-Bayer

2 comentários:

Anónimo disse...

ola menina tens um blog muito bonito quem foi o teu mestre é um grande sabedor beijinhos rita

Anónimo disse...

O do Dão é bom, mas o do Cartaxo não lhe fica atrás...