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Algarve
Do mar saíam potros e sereias,
potros alados e sereias louras
como o trigo e o ouro das areias
do meu país azul de pedras mouras.
Nos campos e nas vilas e aldeias,
por todo o lado um cheiro a maresia
embebedava o ar e as ideias,
no país onde nunca anoitecia.
Mas, de repente, o dia escureceu
e os potros e sereias desertaram
para outros mares mais frios e distantes.
E foi então que vi que era só eu
a guardar a imagem que levaram
do meu país que já não é o de antes.
(2005)
Torquato da Luz
in Ofício Diário
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